“Estou
muito triste, chateado e envergonhado com o rebaixamento do Combate. Mas tenho
certeza que o quanto antes o clube voltará à divisão especial e dará muitas
alegrias a essa bela torcida”
Marcelo Maia
O clima de tristeza marcou o rebaixamento do Combate
Barreirinha para a Série B do Futebol Amador neste sábado (27), no Recanto
Tricolor. O Estádio, que durante os meados dos anos 90 até a temporada de 2013,
foi palco de grandes conquistas do Tricolor, neste final de semana viveu um dos
dias mais doloridos de sua história. A derrota por 3 a 2 para o Trieste rebaixou
a equipe para a segunda divisão do Campeonato Amador de Curitiba.
A temporada de 2014 do Combate foi marcada pela
instabilidade da equipe. Derrotas dentro de casa, ineficiência como visitante,
transição na diretoria do clube, troca de treinador e a falta de “sorte”
estiveram presente na campanha do clube. O elenco possuía peças fortes,
experientes no futebol amador e com passagens por clubes profissionais, mas a
falta de vitórias foi decisivo para a queda do Tricolor da Barreirinha.
A TRAJETÓRIA
Após conquistar a terceira posição na temporada passada,
logo no início da caminhada de 2014, o Combate Barreirinha deu sinais que o ano
seria complicado. O elenco Tricolor
começou o campeonato com duas derrotas em casa (Renovicente e Uberlândia) que custaram
o emprego do treinador Marcelo Leôncio já na segunda rodada.
Foi neste momento que a instabilidade deu seus primeiros
sinais na diretoria do clube. O até então gerente de futebol, Mario Ramos,
assumiu a equipe interinamente até a comissão técnica contratar um novo
treinador. Ramos comandou o time na terceira rodada (derrota por 3 a 0 para o
Vila Hauer). Nesta semana, em questão de 24 horas, o Combate Barreirinha fechou
com o treinador Cleverson Sagaz, que anunciou a contratação a imprensa, porém,
após um desentendimento de projetos, o comandante nem chegou a se encontrar com
o elenco e foi dispensado.
Mario Ramos assumiu então o posto de treinador e Edson
Borges passou a comandar a gerência de futebol. Uma sequência de partidas
complicadas marcou a melhor fase do time na temporada. Empate em 2 a 2 com o
Santa Quitéria fora de casa, empate em 3 a 3 com o Novo Mundo no Recanto
Tricolor e vitória sobre o Bangú novamente com o apoio da torcida. Parecia que
o elenco tinha encontrado o caminho após passar invencível por três dos elencos
mais fortes da competição, mas a instabilidade voltou ao clube.
Após conquistar a primeira vitória, o time encarou um
confronto direto com o também ascendente Operário Pilarzinho, no Estádio
Bortolo Gava. Depois de abrir vantagem no placar, o time tricolor não conseguiu
administrar a vitória e viu o rival vencer de virada por 3 a 2. Superada a
derrota, era hora de se redimir em casa, com o apoio do torcedor, porém, outro
tropeço, 1 a 1 com o Urano. Na nona rodada, a necessidade de vitória era
desesperadora e uma derrota por 2 a 0 para o Nova Orleans abalou a equipe.
Restavam apenas duas rodadas e o time só havia
conquistado uma vitória e três empates em nove partidas. A situação era
delicada, com a necessidade de vencer os dois últimos confrontos contra Trieste
e Iguaçu. Mas, o destino quis que na tarde fria do dia 27 de setembro, o
silêncio após o apito do árbitro fosse mais marcante que as comemorações dos
dois gols marcados contra o Tricolor da Colônia, na derrota por 3 a 2. Com uma
rodada de antecedência, o Combate Barreirinha está rebaixado para a segunda
divisão do Campeonato Amador de Curitiba.
“Escolhas erradas,
aposta que não vingaram, alguns acontecimentos dentro e fora de campo, um
elenco muito inchado em algumas posições e carente demais em outras, ou seja,
várias coisas culminaram para tal resultado”
Mario Ramos
OS ENVOLVIDOS
Uma das partes que mais sofrem com o rebaixamento de um
clube é a sua torcida. O Combate Barreirinha conquistou muitos torcedores da
década de 90 para cá, após os inúmeros títulos conquistados. Com seis troféus
da Série A (1996, 1997, 1998, 2003, 2004 e 2007), o time é o terceiro maior
campeão da Suburbana. Além dos títulos de campeão na virada dos séculos XX e
XXI, o Tricolor da Barreirinha conquistou o vice-campeonato outras quatro vezes
(2000, 2001, 2005 e 2006).
O elenco que o clube montou para a temporada deste ano
chamou atenção no início do campeonato e nunca esteve entre os candidatos ao
rebaixamento pelos entendedores do Futebol Amador. Com muita raça, os jogadores
lutaram em todas as partidas pelas vitórias. Um dos símbolos da garra Tricolor
é o meia Marcelo Maia, que já jogou no futebol profissional, e viveu um dos
piores momentos da sua carreira.
“Nessa hora é difícil apontar o que faltou, talvez um
pouco mais de equilíbrio emocional nosso nas partidas. A nossa equipe era
ansiosa demais e se abatia muito quando tomávamos um gol. Também faltou nos
impormos mais e ditarmos nosso ritmo de jogo em algumas partidas. Nossa
motivação sempre era a melhor possível, nunca faltava determinação, vontade de
nós jogadores, porém, o resultado não acontecia”, desabafou o entristecido
jogador.
O treinador Mario Ramos foi um dos mais exigidos por
assumir o comando da equipe em um momento delicado. O jovem comandante
conseguiu extrair bons momentos do elenco, porém, não conseguiu a esperada
sequência de vitórias.
Mario Ramos |
Para o diretor Alexandre Costa, o rebaixamento também não
é visto como a pior coisa do mundo. O profissional ressaltou as evoluções do
clube no primeiro ano de gestão e acredita no retorno do futebol a elite do
amador já na próxima temporada.
“Não faltou comprometimento de ninguém, nem do elenco e
nem da diretoria. Às vezes as coisas não dão certo independente de elenco. O
clima está tranquilo, estamos focados em melhorias para o clube. Caímos no
futebol e no próximo ano voltamos, mas tivemos muitas vitórias internamente no
clube. O Combate está mais forte ainda porque o clube esta em crescimento!”
finalizou o dirigente.
O Combate Barreirinha volta a campo neste sábado (4) para
a disputa da última rodada da primeira fase da Suburbana. Na lanterna do
campeonato, há quatro pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento o
clube não tem mais chances de continuar na Série A do amador. A partida ocorre
no Estádio Egydio Pietrobelli contra o Iguaçu.
Na próxima temporada o time disputará a Série B do
Campeonato Amador e brigará pelo tricampeonato da competição. Em 1986 e 1989 o
clube passou por esta situação e sagrou-se campeão.